quarta-feira, 29 de julho de 2009

A Matadeira


A matadeira vem chegando
No alto da favela
No balanço da justiça
Do seu criador
Salitre, pólvora,
Enxofre, chumbo
O banquete da terra
Teatro do céu
Diz aí quem vem lá,
O velho soldado
O que traz no seu peito ?
A vida e a morte
E o que traz na cabeça ?
A matadeira
E o que veio falar?
Fogo

"Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até o esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, na precisão exata do termo, caiu no dia cinco de outubro de 1897, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente cinco mil soldados".
Euclides da Cunha, Os Sertões.

* Canudos foi uma pequena aldeia no nordeste do Brasil, fundada pelo líder messiânico Antônio Conselheiro e massacrada por um poderoso exército até a morte do último de seus 30 mil habitantes, em 5 de outubro de 1897. O massacre de Canudos deu-se a partir de um canhão inglês, apelidado pelos sertanejos de "A MATADEIRA", que foi transportado por vinte juntas de boi, empurrada por cerca de dez soldados e acompanhado por cerca de cem soldados da infantaria e da cavalaria através do sertão para disparar um único tiro.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Meu romantismo ruim

Tenho ouvido muito e prestado atenção nessas músicas antigas. Antigas de uns 30 ou 40 anos atrás.
Acho que é uma nostalgia do neo-romantismo dessa época.
Eu sou um belo exemplo de pessoa que vive na década errada. Eu não sou dessa época que vivo, esses anos 2000.
Tanto que desenvolvi esse romantismo estranho, uma mistura estranha de sensibilidade moderna com uma impaciência provinciana para o amor.
Eu sou uma difusão de demonstrações de sentimentos controversos. Com um jeito retrô e pós moderno de mostrar que ama. Mas ainda assim ser romântica.
Esses dias eu ando com uma pitada de emoção à mais. Tá bom, eu já tenho essa dose extra de emoção na minha personalidade, mas o que quero dizer é que eu estou com mais "detalhes" no amor.
Ai ai ai. :D
Feliz daquele que consegue se equilibrar nessa corda bamba das emoções.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Desenho

Lindinho Juu !!







Explicando o desenho.. :D Eu não sou uma pessoa mandona.. hahaha. Eu só disse a Ju que queria que fôssemos ao zôo, mas Ramiro não queria ir. rsrs..



Arte: Juliana Rocha

domingo, 12 de julho de 2009

Estação da Luz


Nesta tarde de sábado friozinho e chuvoso de São Paulo, pra onde ir ?

O Museu da Língua Portuguesa, na Estação da Luz em São Paulo, é um dos lugares mais ricos que eu já visitei. Rico em conhecimento, em língua e história. Tem cronologia, vídeos, fotos e várias menções à nossa língua e suas influências.

Mas o mais legal que eu encontrei, estava no 3º piso.

Lá a gente assiste um filmiminho no cinema sobre o desenvolvimento da nossa língua e suas variações e no fim a tela gigante se retrái e nós entramos num salão que fica atrás dela, ouvindo ao fundo em alto volume: "penetra surdamente no reino das palavras... penetra surdamente no reino das palavras...".

No meio da escuridão sentamos nos cantos deste salão e no centro estão algumas citações, microtextos e poesias escritas num português iluminado em luz branca no meio chão escuro.

Aí começa um jogo de luzes pelas paredes e pelo teto, com imagens delicadas, ligadas de alguma forma ao que se vai narrando nas vozes de poetas, atores ou outros narradores da nossa amada língua portuguesa.

A gente é mergulhado em poesias, narrações de músicas, textos, uma série de demonstrações de como a língua portuguesa e a literatura são realmente brilhantes.

Saí de lá encantada e o meu sábado valeu a pena.



sexta-feira, 10 de julho de 2009

O caderno

Adoro!
Ouvi pela primeira vez quando "Louis" tocou ela pra mim no violão, uns 7 anos atrás. De cara já achei maravilhosa. Criei um filminho na minha cabeça e sem perceber viajei, meu espírito materno aflorou. Não sei se ele percebeu mas veio uma lágrima de carinho por esse pai na letra.
Eu pedi pra tocar ela de novo.



Segue a letra:

"Sou eu que vou seguir você
Do primeiro rabisco
Até o be-a-bá.
Em todos os desenhos
Coloridos vou estar
A casa, a montanha
Duas nuvens no céu
E um sol a sorrir no papel...
Sou eu que vou ser seu colega
Seus problemas ajudar a resolver
Te acompanhar nas provas
Bimestrais, você vai ver
Serei, de você, confidente fiel
Se seu pranto molhar meu papel...
Sou eu que vou ser seu amigo
Vou lhe dar abrigo
Se você quiser
Quando surgirem
Seus primeiros raios de mulher
A vida se abrirá
Num feroz carrossel
E você vai rasgar meu papel...
O que está escrito em mim
Comigo ficará guardado
Se lhe dá prazer
A vida segue sempre em frente
O que se há de fazer...
Só peço, à você
Um favor, se puder
Não me esqueça
Num canto qualquer... "


Toquinho