sábado, 19 de janeiro de 2008

ai se sêsse



ESSA POESIA segundo Lira - Cordel do Fogo Encantado - é de um certo 'Zé da luz' que na época, no início do século passado, quando quis escrever sobre o Amor, ouviu que as poesias tinham que ter o mais alto nível linguístico.


Então 'Zé da luz' escreveu o seguinte:





Se um dia nois se gostasse


Se um dia nois se queresse


Se nois dois se empareasse


Se juntim nois dois vivesse


Se juntim nois dois morasse


Se juntim nois dois drumisse


Se juntim nos dois morresse


Se pro céu nois assubisse


Mas porém acontecesse de São Pedro não abrisse


a porta do céu e fosse te dizer qualquer tolice


E se eu me arriminasse


E tu cum eu insistisse pra que eu me arresolvesse


E a minha faca puxasse


E o buraco do céu furasse


Da vês que nois dois ficasse


Da vês que nois dois caisse


e o céu furado arriasse e as virgi toda fugisse

** Dá um PLAY aqui embaixo pra ouvir :*










sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Ai... esses ' jornalistas '

Me despindo de todo preconceito e sob à luz de minha sinceridade, eu estive pensando nessa tal profissão de jornalista - e olha que há um tempo meu irmão me disse que essa era a profissão que combina comigo, o que na minha opinião passa longe, mas enfim ...
O que realmente eles são?
Escrevem, narram, influenciam, opinam, fazem e acontecem... e o que me instiga é que somente eles falam e expressam sua opinião, e ainda como se esta fosse a mesma de toda um multidão. Até me assusta a forma como são incisivos e eloqüentes, e me preocupa bastante esta maquiagem de "porta-voz" do povo (porque - é pra frisar mesmo - é genuinamente falsa).
E a arrogância em contar os fatos tais como são ( tais como convém ser à eles, né ?) ? É o ponto de vista de cada um, isso sim.
Outro dia, um certo conhecido com vasta experiência nesse mundo jornalístico, disse algo com : "jornalistas são todos iguais e falam geralmente a mesma coisa...". Sem generalizações, claro, mas concordo com o fato de que eles são bastante redundantes e mesmo repetitivos sim, além de clichês (olha esta palavrinha) e até previsíveis.
Ah, tem outro detalhe meio ridículo que aquela citação de Raul define bem. Bom, eles estão sempre preocupados em ter sobre o que criticar e relutam em sustentar com muito orgulho a bandeira de que têm aquela "velha opinião formada sobre tudo..." rsrs...
Ai, esses tais "jornalistas"...

domingo, 13 de janeiro de 2008

Inspiração

Às vezes ,


usamos tantas palavras , tantos versos, e as máscaras - feito véus de virgens em noite de núpcias - caem...


Jogam-se rosto à fora junto com todo o resto de palavras jamais experimentadas, nunca antes vividas,


são só versos,


que saem, que enfeitam e basta


para os tolos, os ingênuos, ouví-las...


Mas a minha palavra antes de ser dita, ou mesmo meus versos, antes de eu pensá-los eu tento tê-los vivido antes.

Acho mais justo assim.

São as " palavras de pórtico " do meu livro de Fernando Pessoa.

Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa: "Navegar é preciso; viver não é preciso."
Quero para mim o espírito [d]esta frase, tranformada a forma para casar com o que eu sou: Viver não é necessário; o que é necessário é criar.
Não conto gozar a minha vida ; nem em gozá-la penso. Só quero torná-la grande, ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a (minha alma) a lenha desse fogo.
Só quero torná-la de toda a humanidade: ainda que para isso tenha de perder como minha.
Cada vez mais assim penso. Cada vez mais ponho na essência anímica do meu sangue o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribiur para a evolução da humanidade.
É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça.



Fernando Pessoa

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Ser Clichê ?


Comum, vulgar, cultural, popular, idéias repetidas, idéias revividas, idéias comuns, redundante, lugar comum ...

É bom, é ruim, ás vezes eu quero, algumas vezes fujo desesperadamente.

Mas no fundo eu sou uma grande cascata de situações clichês.

Momento clichês: afinal para quê servem?

Para nos fazer sentir mais próximos das outras pessoas, quem sabe...

Às vezes é tão chato ser clichê...

E eu busco sempre ser fora do usual, só quando canso eu me vejo autenticamente comum, como um passo depois de outro passo, comum como olhar para os outros e tantas vezes nem enxergar,

clichê como seguir a diante.